Governo define neste mês a concessão da BR-163 entre MT e PA
No próximo dia 25, a rodovia BR-163 será licitada em leilão, para concessão por dez anos, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no trecho de 970 quilômetros entre Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá) e Itaituba (PA), onde opera o terminal portuário de Miritituba, no Rio Tapajós.
O grupo que oferecer a menor tarifa de pedágio assumirá a administração pedagiada nessa importante via de integração do Brasil interior.
O grupo vencedor da concessão terá que investir R$ 1,42 bilhão na rodovia, sendo R$ 1 bilhão para recuperação e manutenção e R$ 420 milhões para sua ampliação e melhoria no período concedido.
Um relatório do ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União, em dezembro do ano passado, aponta que a concessionária embolsará R$ 4,4 bilhões nos dez anos de sua atuação.
O trecho que será concedido inclui 30 quilômetros da BR-230, a rodovia Transamazônica, entre as localidades de Campo Verde e Miritituba, na margem direita do Rio Tapajós, diante de Itaituba.
Nesse trajeto, em comum, as rodovias são consideradas remontadas, num linguajar rodoviário.
A concessão é a chamada manga curta, por dez anos.
Isso por conta da perspectiva de que, nesse período, seja construída a ferrovia Ferrogrão, com trilhos paralelos à rodovia ao logo de seu percurso, o que esvaziará o fluxo de caminhões.
Esse período foi considerado “ideal” pelo senador Zequinha Marinho (PSC), que é o coordenador da bancada federal paraense e aposta na obra a ferrovia.
Estratégica para o escoamento de commodities agrícolas de Sorriso, Luca do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop, Tapurah, Santa Rita do Trivelato, Ipiranga do Norte, Santa Carmem e outros municípios do Norte de Mato Grosso, a BR-163 sofreu questionamentos políticos no Pará.
Discretamente, setores políticos em Belém tentaram dificultar sua concessão, temendo o desenvolvimento de Itaituba e municípios do entorno, que formam a região de influência de Santarém.
Há uma rivalidade muito grande entre a capital paraense e essa cidade, que luta pela criação do Estado do Tapajós.
Mesmo em meio a desentendimento político, os paraenses conseguiram sensibilizar a ANTT e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, para que o pedágio no Pará seja cobrado somente aos caminhões articulados.
Já em Mato Grosso, todos os usuários pagarão nas duas praças de cobrança, no trajeto entre o trevo com a MT-220, que demanda a Juara, e a divisa no Município de Guarantã do Norte, cruzando as cidades de Itaúba, Nova Santa Helena, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Matupá e Guarantã do Norte, onde é intenso o tráfego de curta distância.
Do lado paraense, será instalada somente uma praça de pedágio.
Com a concessão desse novo trecho, a BR-163 será pedagiada de Cuiabá a Itaituba, uma vez que a concessionária Rota do Oeste a explora entre a capital mato-grossense e Sinop.
Fonte: CenárioMT/Diário de Cuiabá