"Enxergo todos com as mesmas cores: verde e amarelo", diz Bolsonaro no G20
Durante discurso gravado na reunião do G20, ocorrida neste sábado (21/11), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que há uma tentativa de importar para o Brasil "tensões alheias à nossa história", em uma referência indireta ao assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro brutalmente assassinado em Porto Alegre na noite de quinta-feira.
"Antes de adentrarmos o tema principal desta sessão, quero fazer uma rápida defesa do caráter nacional brasileiro em face das tentativas de importar para o nosso território tensões alheias à nossa história.
O Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações. Somos um povo miscigenado. Brancos, negros e índios edificaram o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso. Em uma única família brasileira, podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros", apontou.
Com a fala no G20, o presidente manteve o tom de declarações dadas na sexta-feira, quando postou uma série de mensagens no Twitter nas quais nega a existência de racismo no Brasil e diz ser "daltônico", por não ver cor de pele.
No discurso no encontro sediado pela Arábia Saudita, ele disse ainda haver interesses de países em criar tensões e a divisão entre as raças, mascaradas de "luta por igualdade" ou "justiça social".
"(A miscigenação) foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre raças, sempre mascarados de 'luta por igualdade' ou 'justiça social'. Tudo em busca de poder. Não somos perfeitos. Temos, sim, os nossos problemas. Existem diversos interesses para que se criem tensões entre nós. Um povo unido é um povo soberano. Dividido, é vulnerável. E um povo vulnerável pode ser mais facilmente controlado e subjugado", completou.
Verde e amarelo
Por fim, Bolsonaro disse também que aqueles que "instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas a própria história". "Nossa liberdade é inegociável. Como homem e como presidente, enxergo todos com as mesmas cores: verde e amarelo! Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. O que existem são homens bons e homens maus; e são as nossas escolhas e valores que determinarão qual dos dois nós seremos. Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história", concluiu.
Fonte: Correio Braziliense