Fruta exótica do México é cultivada de forma experimental em Tangará da Serra (MT)

Uma fruta exótica que saiu do México para as terras brasileiras está sendo cultivada de forma experimental em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. A pitaya é conhecida por ter um sabor refrescante, mas ainda é pouco comercializada em Mato Grosso.

Em Tangará da Serra, o experimento da fruta é feito pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) há três anos. Em uma das áreas de cultivo, por exemplo, existem 135 pés de pitaya e, segundo especialistas, as plantas estão se desenvolvendo bem.

“A pitaya é essencialmente, assim como o abacaxi, uma cultura que prefere solos arenosos. Então esse é um processo que estamos procurando, através de trabalhos com matéria orgânica, para melhorar esse solo que está hoje, um solo duro, mais compactado, e isso reflete no crescimento vegetativo da planta. A planta embora esteja produzindo boas colheitas, nós temos que melhorar o crescimento vegetativo dela para buscar um crescimento na produtividade”, ressaltou o técnico da Empaer Hélio Kist.

O chefe do campo experimental, Wellington Procópio, avalia que o cultivo da fruta pode ser uma alternativa para o agricultores de Mato Grosso.

“É uma fruta desconhecida ainda por muitos brasileiros, principalmente para a região de Tangará da Serra. Esse material genético está sendo testado em Tangará, Petrolina e cidades de Santa Catarina. Esse material está sendo testado nessas três regiões para ver a adaptabilidade”, explicou.

Especialistas explicaram que a flor da pitaya só abre durante à noite e madrugada. Quando o sol aparece, ela se fecha e só volta a abrir na noite seguinte. Esse material introduzido no campo experimental faz todo processo de criação do fruto sozinho.

“Ela pode ser plantada através de sementes e mudas, que seria uma forma garantir a qualidade do material. Como o nosso trabalho é introdução, nosso trabalho não é melhoramento, por enquanto, então ela é plantada através de mudas”, disse Hélio.

Segundo Hélio, a maioria das pitayas , é auto infértil e precisam de polinização cruzada, para a fecundação do fruto. Essa fecundação sempre acontece durante a noite.

“Para formar o fruto, tem que ter a polinização. Caso contrário, a flor, que não for polinizada, vai se perder. Para produzir a fruta, tem que soltar a flor, o botão floral e haver a polinização. Se estivermos falando de uma forma menos tecnológica, quem faz a polinização são os insetos”, ressaltou.

Segundo o chefe do campo, a fruta tem que ser colhida com muito cuidado. Ela só deve ser retirada do pé após a casca ficar com a tonalidade rosa pink ou quase roxa.

“Essa fruta é uma fruta ideal para o período da colheita. Como vai ser vendida e consumida no mercado local, ou próximos daqui, ela tem que estar bem madura. Ela não pode estar passando do ponto, mas também não pode muito verde”, explicou Wellington.

De acordo com a nutricionista da Empaer, Gabriellen Lopes, a pitaya é considerada uma fruta rica em vitaminas e fibras. Ela pode ajudar no emagrecimento, na prevenção do câncer e pode evitar até mesmo o envelhecimento precoce.

“Ela é rica em vitaminas, vítima c, e, que são vitaminas antioxidantes, que ajudam na prevenção do câncer, ajudam na prevenção do envelhecimento precoce, rica em fibras e água. Numa porção de 100 g de fruta tem menos de 50 calorias. É uma fruta com baixo valor calórico e você consegue fazer o aproveitamento da casca, que é rica em colágeno. Pode estar retirando as pétalas e higienizando a fruta, congelar e depois utilizá-la em outras receitas como num suco de laranja e de couve”, orientou.

O custo para a produção de um hectare de pitaya fica em média R$ 50 mil. Wellintgon explicou que o investimento mais alto é na introdução dos tutores, que são palanques para sustentar a planta. No entanto, caso o produtor já tenha madeiras resistentes, o custo pode diminuir bastante.

“A muda vai ficar no entorno aí de R$ 10 a R$ 20. Se o pequeno produtor tiver as madeiras resistentes, duráveis na sua propriedade, como anjico, arueira, cambaru, esse custo de produção para o pequeno produtor cai lá em baixo. Essa planta está no terceiro ano, então no terceiro, quarto ano ela já estabiliza. Então uma planta como essa hoje, se ela produzir em média 20kg por planta, você vai ter aí, 20 toneladas por hectare. Mesmo que o preço baixe a R$ 5,00 o quilo, você ainda vai ter um faturamento aí de R$ 100 mil por hectare”, explicou.

O experimento tem dado resultados positivos, entretanto, existem algumas preocupações quanto ao valor que a pitaya é comercializada. Em alguns locais o quilo chega a R$ 70. A intenção é tornar a fruta mais popular e acessível, segundo a Empaer.

As mudas do projeto devem ser ofertadas para os produtores de Tangará da Serra até abril. A expectativa é aumentar cada vez mais a produção, expandir os negócios, além de compartilhar as informações sobre o cultivo.

Fonte: G1-MT

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